quarta-feira, 25 de julho de 2007

Jovens com Problemas e Pecado! O que fazer?


Jovens com Problemas e Pecado! O que fazer?

Recentemente, fui procurado por um jovem de nossa igreja que estava sinceramente preocupado com a juventude, sobretudo, com alguns em particular; disse-me que, se tivéssemos uns 20 jovens sem problemas era muito; para sua surpresa, agradeci a Deus e demonstrei estar feliz em função dos vinte “sem problemas”. Expliquei-lhe então, que era praticamente impossível que algum crente, sobretudo jovem, fosse imune a problemas nas mais variadas áreas da vida (essencialmente espiritual).
O mérito da questão, não é quem tem, ou não tem problemas, e sim, como estará o jovem administrando seus “problemas”. Eu mesmo, embora sendo professor de jovens; líder; seminarista; obreiro de uma Missão (MEB) e etc; convivo com minhas neuroses, fobias, tentações, fraquezas, fragilidades, defeitos e manias. Todos nós fazemos parte de um contexto humano (sinônimo de limitações); sujeitos as mais distintas e variadas adversidades, agruras e intempéries da vida cristã e social. O que não podemos admitir na vida de um jovem cristão, é a sua constante ou permanente derrota diante de sua aceitável e compreensível humanidade (tentações; pecado; incapacidade; fraqueza; desânimo; falta de oportunidade, escolaridade, ou não ter nascido em berço esplêndido etc).
Pois bem! Assim como Jesus tem duas naturezas; a humana e a divina, e parte dela viveu na terra, também nós, vivemos em um só mundo, mas, divididos entre a vida temporal (carne / sociedade; não permanente, mas transitória) e a vida espiritual (mística / religiosa; permanente, imortal). Nesta dicotomia (dois), somos chamados à responsabilidade para sermos bem sucedidos nas distintas áreas da vida. Vejamos então a vida temporal e seus “problemas”.
A esfera da vida secular tem trazido inquietação para o jovem, sobretudo, para os que se preocupam com seu futuro, a qual é louvável e demonstra certo grau de maturidade. É nesta “qualificação” para enfrentar a vida adulta, que nos deparamos com a compreensível sensação de sermos incapazes de atingirmos os objetivos e expectativa esperada pelos nossos pais, parentes, amigos e irmãos da igreja. Ainda mais, quando pensamos em todas elas ao mesmo tempo; é a vida afetiva (namoro); profissional (financeira); familiar; social (status); religiosa etc. De certa forma, estou de pleno acordo, é muita coisa para a cabeça de um jovem; talvez, a questão seja esta! Queremos abraçar todas elas de uma só vez, sem termos neste momento condições de administrá-las ao mesmo tempo; neste caso, seria mais sensato priorizá-las e vencê-las em etapas.
Aproveite sua juventude e limite-se as “limitadas” responsabilidades para se preparar na vida temporal. Estude! Faça cursos no sentido de qualificar-se profissionalmente; foque um curso superior; prepare-se, faça um pré-vestibular; é o seu futuro temporal que está em jogo (melhor qualidade de vida), você vai brincar com seu futuro?... Além do mais, no futuro poderá promover melhores condições de vida não somente a você, como a teus pais e familiares.
Certa vez, conversando com um rapaz de nossa igreja, lhe dei o mesmo conselho, então ele me disse: assim não poderei participar das atividades durante a semana; minha resposta foi: esqueça “esse negócio de igreja”! Seu dever para com Deus é comunhão e uma vida pura e exemplar! Vá se preparar para o futuro! Disse-lhe ainda que, as moças das igrejas não são mais “bobas”, querem namorados que tenham perspectiva na vida, que objetivem e vislumbrem um futuro melhor; disse mais: elas estão com toda a razão! Se estivéssemos em seus lugares, pensaríamos assim também! Penso que o rapaz também deva ser criterioso quanto sua futura namorada; é ela motivada na vida eclesiástica? (igreja) Estuda e tem também “ambições” quanto sua vida temporal?
Vem-me a lembrança, uma irmã recentemente casada (três meses) que conheci em uma outra igreja; disse ela de um jovem a quem namorava, sendo ele de sua igreja: “este rapaz é o homem de minha vida”, e acrescentou que, com ele, comeria ovo todos os dias. Muito bem! Ele não trabalhava quando se conheceram quatro anos atrás, e, quando se casaram, ele estava na mesma situação, parado, enquanto o tempo não pára e não “perdoa”. No início tudo são “flores”; ele a levava todos os dias para almoçar na casa de sua mãe; o apartamento (kitnet) onde moravam, estava sendo pago pela sogra; a mobília, sendo doada pelos irmãos, e por aí vai (Não! Não casaram esperando um bebê, tudo estava de acordo com os conformes). Por estes dias, soube que ela se cansará de “comer ovos todos os dias”, se queixando da vida que estava levando com ele, ainda mais, por ela trabalhar e ele não. O mais impressionante neste caso, é que são jovens crentes, de uma igreja batista da Convenção, e, da Zona Leste...
Você quer, “florzinha”, “comer ovos todos os dias?” Você quer, “ferão”, oferecer “ovos todos os dias?” Não?... Então vá se preparar para a vida temporal! Pois o tempo passa e não perdoa.
O sucesso nesta área da vida só depende de seu esforço, inteligência e garra; e mesmo que você não tenha aptidão, inclinação para uma vida acadêmica (faculdade), há inúmeros exemplos de irmãos e irmãs bem sucedidos nos mais diversos ramos do comércio; indústria; na vida pública (município e estado) etc, sem terem que conviver com o fantasma do “ovo todo dia”.
O outro lado nesta dicotomia (dois) humana que inquieta a juventude e tem sido problemática, se refere a sua vida espiritual, mais precisamente, se refere à questão do pecado. De certo, que é algo que os deixa apreensivos, essencialmente, quando se encontram com conflitos internos, proveniente de pecados que acreditam ou sentem não terem sido perdoados; muitas das vezes, são batalhas sangrentas que em muitos casos, é “mortal” para eles.
A palavra de Deus nos ensina que somos sujeitos ao pecado; “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos...” (1 Jo. 1.8 a). Ora, é impossível que um jovem (crente), não cometa algum tipo de pecado, do mais “escandaloso” ao mais “trivial”. Habitamos em um corpo imperfeito e que tendenciosamente inclina-se para o pecado (Rom. 7.15-23). Entretanto, o que aborrece a Santidade de Deus, não é o jovem que venha cometer algum tipo de deslize (pecado), e sim, aquele que vivi “escravo” do pecado; permanente praticante do pecado, ainda mais, quando João nos diz que “Todo aquele que é nascido de Deus não vive na pratica do pecado...” (1 Jo 3.9; 1Tm.5.20). Felizmente, as misericórdias de Deus são infinitas, mesmo que o pecado pareça querer nos afogar. Se, porventura sucumbirmos às tentações, a sua mão não esta encolhida, e sim, estendida para oferecer ajuda. Por certo, é a prova de que Ele reconhece nossa humanidade e nossas limitações. É, o sangue purificador e renovador de Jesus derramado na cruz, mais que suficiente para lavar nossas “vestes brancas” manchadas com a mais “escura e pegajosa” forma de pecado; “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça... e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo o pecado” (1 Jo. 1.9,7b; Rm. 6. 14). Que grande livramento nos concede nosso Salvador, Senhor e Deus! Por nos amar, ele vai muito além do que esperamos ou possamos merecer, de tal forma, que foge a nossa compreensão finita; em Hebreus 10.17 temos a prova de seu superior amor quando Deus diz: “... de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniqüidades, para sempre”. Não que Deus como em um computador aperte a tecla “delete” de sua memória, não! Se assim fosse, não conheceria nosso passado, como conhece nosso presente e futuro como uma só verdade.
Quando confessamos os nossos pecados, e em nome de Jesus pedimos perdão, Deus atribui a justiça de Jesus para nós; é como se nós “vestíssemos” o “manto” da justiça de Cristo; onde há justiça de Cristo não pode haver injustiça (pecado), dessa forma, somos todos como justos, e Deus não nos condena, e muito menos, nos lança a rosto o pecado que pela justiça de se Filho foi arrancada de nossas vestes brancas. De acordo com estas verdades benditas, não há necessidade de vivermos apreensivos com pecados confessados no passado; oprimidos e estigmatizado pela nossa consciência desinformada; aceite o perdão de Deus e viva na Paz de Deus!
Portanto, “ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrario, torna-te padrão dos fieis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza... Torna-te, pessoalmente padrão de boas obras. No ensino, mostre integridade, reverência, linguagem sadia e irrepreensível, para que o adversário (satanás) seja envergonhado, não tendo nenhum mal que dizer de vós. (1Tm 4.12; Tt.2.7,8).

Fraternalmente em Cristo.


Valmir Alves

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