quarta-feira, 8 de agosto de 2007

É correto pedir “unção, nova unção ou porção dobrado” do Espírito Santo?


É correto pedir “unção, nova unção ou porção dobrado” do Espírito Santo?



Hoje vivemos em um país abarrotado de pseudo igrejas cristãs, as “tradicionais” que detém a Sã doutrina, estão sendo persuadidas a mudaram não somente sua liturgia com o afã de incharem seus templos, bem como sua milenar doutrina (pós-reforma), ou pelo menos, começam a questioná-la em sua eficácia para levar o povo aos templos (2Pe 3.2,3; 2Tm 3.10; At 2.42). Alguns desejam e outros se utilizam da mesma receita inventada por este atual “revolucionário movimento evangélico”. São igrejas maquiadas com o evangelho. Quando a conhecemos, aparentemente sai belas e sadias, porem, pela manha quando estão sem a “maquiagem” vemos sua verdadeira aparência. Faz-se jus aplicarmos um velho ditado popular: “A noite todos os gatos são pardos” é um de seus recursos muito bem utilizados. Fazendo-se o mais parecido possível com a verdade. Uma “verdade” pela metade ou incompleta por mais que contenha partes verdadeiras, não é uma verdade em seu todo. Uma meia verdade é uma mentira contendo partes verídicas, sendo assim, é ume engodo perigoso, uma falácia, um logro, um engano.

Para disseminarem com maior rapidez seus embustes, utilizam-se de todos os meios de comunicação em massa. Seja em seus templos, literatura, programa televisionado, radiofônico e até mesmo nas letras de seus cânticos. O abuso é de tamanha grosseria que chega a ser ofensivo á indivíduos com o mínimo de esclarecimento, ainda mais a nós, que conhecemos a Sã Doutrina dos Apóstolos (At. 2.42) entregue pelo Cristo ressurreto.

Aos incautos oferecem os famigerados e maléficos produtos de consumo “gospel”. São os “sabonetes ungidos e consagrados com estrato de arruda”; “ervas e amuletos ant – encosto”; “tapete ungido abre caminho”; a conhecida “fogueira santa”; “óleo da multiplicação”; “óleo ungido”; “perfume do amor”; “azeite consagrado para os problemas financeiros, físicos, espirituais, mentais, amorosos e etc.”; “oração dos 70 ex-filhos das trevas”... E quanto mais a imaginação criativa destes puder criar, sem se importar com a mais ínfima regra da hermenêutica e exegese bíblica. Um apanhado de besteirol que ilude e escraviza o povo simples e desinformado. O povo deposita sua genuína fé em ensino enganoso de homens embusteiros (mentirosos) (Cl 2.4). Não será surpreendente que apareça além da “terapia do amor”, o “spray ungido para encalhadas” (uma versão masculina seria bem vinda); “oração das 70 ex-titias; “óleo ungido para emagrecimento e rejuvenescimento; e se não duvidar servirá também para a queda de cabelo.

Dentro de nossas igrejas os mais suscetíveis a informações enganosas são os tem um conhecimento raso da doutrina distintiva dos batistas, neste caso, podemos citar adolescentes, jovens e adultos. Todas estas pessoas não estão inoculadas a ser infectadas e involuntariamente infectarem a outros. Este baixo nível de conhecimento da doutrina batista leva-os a aceitarem informações e ensinos errôneos. Estas informações estão maquiadas com uma fina superfície de verdade, e logo são aceitas pelos nossos membros carentes de conhecimento da Sã doutrina (Mt 22.29).

Um dos meios de comunicação a que estão mais vulneráveis é a música. Ela é um poderoso veiculo de informação, ensino, e persuasão ao erro doutrinário. É de suma importância que a igreja local esteja ciente do ensino teológico contido nos cânticos introduzido pelos músicos. Detectando a contradição do ensino bíblico contido nos cânticos, devemos tê-la como um ensino errado e perigoso para a preservação da Sã Doutrina. Neste caso, não necessariamente banir os cânticos que venham ter ensinos não contidos na Bíblia. Mas se poderiam modificar as parte da letra onde se encontra os equívocos doutrinários. A origem de nossos cânticos já é um sinal de alerta. Há que denominação e corrente teológica estas bandas, grupos, vocalistas e “comunidades” pertencem? Não que delas não venham ensinos bíblicos coerentes com nossos princípios bíblicos. Porem é comum vermos discrepâncias com respeito à Doutrina do Espírito Santo e outros princípios norteados por nossa “doutrina dogmática”. A Doutrina Batista é estritamente arraigada nas Escrituras, assim, não aceita experiências na vida particular como incremento a revelação Divina.

Como exemplo, há cânticos que falam a cerca do Espírito Santo de forma dúbia e equivocada. Estes ensinos penetram e se ficção sorrateiramente na mente dos irmãos. Seus efeitos não são imediatos, mas retardados. A médio ou alonga prazo membros podem adotar enganosamente pensamentos e atitudes de princípios pentecostais sem estarem cientes do perigo da contradição doutrinaria. Nestas condições, não somente se refletirá no conceito doutrinário “pessoal”, podendo chegar à liturgia e
mais tarde no questionamento das doutrinas bíblicas batistas recebidas nas dependências da igreja. Neste estágio, o que os impedirá de questionar particularmente e coletivamente os princípios doutrinários batistas em comparação aos dos pentecostais? Os lideres, professores e oficiais (diáconos e pastor) poderão confrontar-se com esta inconveniente realidade.


Abraão com os três anjos
Um exemplo claro e típico as influencia de cânticos de origem pentecostal, é a expressão “receber a unção” ou “receber nova unção”. Algumas pessoas a pronunciam sem compreender o que elas querem dizer no contexto pentecostal. Esta expressão tem haver com a concepção que estes têm da pessoa de da doutrina do Espírito Santo. É do conhecimento geral, que os irmãos pentecostais acreditam que os salvos perdem a condição de salvo. Destro destes princípios se faz uma gama de especulações a respeito do Espírito Santo. Por outro lado, nós cremos na salvação perpetua do verdadeiro converso.
Percebemos que há cânticos que fazem referencia a ralação do Espírito Santo e ao homem de forma incoerente, ou seja, sem fundamento bíblico. Os pentecostais são estimulados a buscarem a “presença” do Espírito Santo em maior “quantidade”. Quando estão tristes, desestimulados e abatidos, é comum dizerem que o irmão deve ou precisa receber a “nova unção”, ou ainda, “buscar porção dobrado do Espírito Santo” (2Rs 2.9).

A doutrina batista do Espírito Santo contradiz estas crenças, ela nos comprova através das Escrituras que já recebemos a unção que nos foi prometida (Jl 2.28; Is 44.3; At 2.1-4; 14-21). Esta unção não foi dada parcialmente ou que careçamos de buscar uma nova ou ainda, outra unção. Como nos diz a Palavra de Deus, “o Espírito nos foi dado sem medida” e o recebemos em sua plenitude (Jo 3.34; 1.16; 1Ts 4.8). Caso não fosse desta forma, Deus estaria habitar no homem em partes ou se retirando quando o homem estivesse em pecado. Seria um vai e vem interminável. Este tempo pré-pentecostal já passou! A promessa foi cumprida.

Quando examinamos João 2.20, 27 e 2 Coríntios 1.21,22, iremos constatar dois aspectos bem claros referentes ao Espírito Santo, são eles: Os textos referem-se a esta unção no singular (Uma unção). Tanto Paulo quando diz: “Mas aquele que nos confirma em Cristo e nos ungiu...”. Como João, dizendo: “E vós possuis unção que vem do Santo...” e “ Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós”, refere-se a esta unção como sendo um ato de Deus deforma única, completa e permanente.
A unção que os apóstolos Paulo e João se referem está em um ato passado do Espírito Santo. “... nos ungiu...”; “... possuis unção...”; “... a unção que dele recebeste permanece em vós...”. Entendemos que quando o homem aceita a Jesus Cristo como seu salvador, ocorre o ato divino da Justificação (perdão dos pecados) na pessoa de Jesus e Regeneração através da habitação do Espírito Santo na vida do converso (Tt 3.5). Desta forma, a obra divina na vida do crente é completa, cabendo ao crente uma outra necessidade, o qual é de sua responsabilidade, ou seja, a busca por estar sempre cheio do Espírito Santo. Assim, ele não tem a necessidade de “uma ou nova unção” que já possui.

Um assíduo leitor da Bíblia, não necessariamente um teólogo, irá constatar que a Palavra de Deus em nenhum de seus livros nos ensina que devemos pedir, buscar ou receber uma nova unção. Ou ainda, pedir porção dobrada do Espírito Santo e batismo com o Espírito Santo. Entretanto, de forma clara nos ensina e nos pede que busquemos ser cheios do Espírito Santo (Ef 5.18,19); Não entristecer o Espírito Santo (Ef 4.30) e não apagar o Espírito Santo (1Ts 5.19). Todo crente genuinamente converso possui o Dom do Espírito, cabe a ele buscar ser cheio através de uma vida consagrada, santa e separada de toda atitude que entristeça o Espírito Santo de Deus.

Valmir Alves