sexta-feira, 27 de julho de 2007

A Igreja que deu dor de cabeça ao apostolo Paulo!




A Igreja que deu dor de cabeça ao apostolo Paulo!



Ao lado ruínas do templo de Afrodite em Corinto.




pois temos que, ao visitá-los, não encontre como eu esperava, e que haja entre vocês brigas, invejas, manifestações de ira, divisão, calunia, fofocas, arrogância e desordem” (II Cor 12.20)

Para que entendamos certas particularidades do comportamento, atitudes e pensamento dos irmãos da igreja de Corinto o período Apostólico, faz-se necessário uma compreensão de seu contexto histórico, cultural e social contemporâneo.


No apogeu da democracia de Roma, Julio César da um golpe de estado e instala o império. No ano 44 a C. César ordena a reconstrução da cidade de Corinto, que havia sido destruída pelos próprios romanos em 146 a C. A cidade ganha o titulo de capital da província da Acaia. Sua arquitetura recebeu influência greco-ronama clássica. Possuindo dois portos, basílicas (edifícios públicos), avenidas e mercados. Em relação à cultura, era uma cidade de origem grega. Antes de sua conquista, foi um dos centros culturais do antigo Império Grego. Durante o domino romano, a cidade fervilhava de pensadores, filósofos e sábios. Além de sua importância comercial e militar, era uma cidade de grande porte para sua época. Uma metrópole do inicio da era cristã. Como em toda metrópole, havia desigualdade social sensível. De um lado, escravos do porto e empórios (pequenos comerciantes do porto, ou camelôs). No outro lado, um pequeno numero de proprietários constituídos basicamente de comerciantes, funcionários públicos e militares de alta patente. Segundo os historiadores, havia 250 mil cidadãos livres e 400 mil escravos em Corinto.

A corrupção moral era generalizada, de certa forma, fruto da “cultura” e ao culto a Afrodite (deusa do amor sexual). Conta-se que havia mil prostitutas sacerdotisas de Afrodite à disposição dos moradores e dos que visitavam a cidade. Em sua grande maioria eram, eram mulheres muito belas. A prostituição era tão rendosa, que constituía uma porcentagem significativa do faturamento da cidade. Tal era o conceito da lascívia na cidade, que se tornou proverbial uma frase no mundo antigo: “Uma moça coríntia era uma moça de vida suspeita”. No império chamar uma jovem “coríntia”, era insinuar uma pessoa imoral. Entre os próprios gregos havia um conceito semelhante quando faziam uso da palavra “corintiar”, significando um procedimento imoral.






Imagem de Afrodite







Neste turbilhão efervescente de promiscuidade, corrupção, idolatria, avareza etc., habitava a igreja de Cristo de Corinto. Infelizmente, de tudo que é danoso penetrou no ceio da igreja, da pratica permissiva do sexo ilícito à conduta anticristã. Se observarmos com cuidado, iremos constatar que há uma semelhança entro o ambiente que permeava a igreja do I século (Corinto) e a igreja do século XXI. Vivemos sendo bombardeados induzidos a pratica do sexo sem compromisso de inúmeras formas. São os apelos agressivos de senas explicitas, em apologia ao sexo banalizado na busca de audiência e ibope. É na corrida frenética das indústrias na busca pela venda de seus produtos de consumo associados a mulheres com pouca roupa. Estão nas novelas, nos filmes, na letra das musicas, nas escolas, no ambiente de trabalho etc.

O que dizer da idolatria? A desigualdade social? A prostituição? O homossexualismo? A famigerada “curtição” do “ficar”? Esta ultima, uma erva daninha no meio da juventude cristã inconseqüente (não nos descabelemos, mas há quem defenda o “ficar gospel”. Tal pratica, é nada mais nada menos que, um meio de se tirar vantagem do corpo alheio, sem se preocupar com o pecado e o sentimento de culpa, que afeta somente a consciência cristã. Recebendo incentivo dos meios de comunicação, o adultério e a fornicação vertentes da prostituição, tornaram-se mais freqüentes numa sociedade que para ela, é mais que tolerável, é cômodo.

A importância de Corinto em virtude de sua riqueza e “sabedoria” não diminuiu o impacto negativo de sua lascívia. Da mesma sorte, a igreja apresentava evidentes contradições em conseqüência de seu ambiente insalubre. Evidentemente, também por permitir-se contaminar. Estava embevecida por falar em outras línguas (ICo. 14.18-19), por outro lado, a imoralidade era uma pratica comum e tolerável no ceio d igreja. “Geralmente se ouve que há entre vós imoralidade, e tal imoralidade que nem mesmo entre os gentios se vê, a ponto de haver quem vive com a mulher de seu pai. E vós estais inchados? e nem ao menos pranteastes para que fosse tirado do vosso meio quem praticou esse mal?” (ICo. 5.1,2; 6.13-17); O descaso com os mais humildes (ICo. 11.17,18; 20,21); E a corrupção pela busca de cargos eclesiásticos (2Co. 10.1-12). Um contraste gritante entre o que professavam ser (espirituais, por seu dom de línguas) e o que a igreja era por sua tolerância ao pecado. Neste “teatro”, o que o povo assistia no palco era uma encenação e pantomima da vida cristã. Nos bastidores do palco, a vida real era a triste realidade.

Assim como havia a desigualdade social em Corinto, havia a desigualdade espiritual de alguns na igreja. A ambigüidade (confusão) permeava a mente de alguns e interferia no conceito e no bom senso entre licitude e conveniência, ética e pecado (ICo. 6.12). No contexto das cartas paulinas à igreja de Corinto, constataremos a dualidade dúbia do caráter, da ética e do amor cristão. Nesta particularidade, II Coríntios 12.20 dá mostras inequívocas de que havia uma conduta que também hoje condenamos. Paulo menciona algumas atitudes que nos dá uma idéia de como havia um antagonismo entre o que a vida cristã exige, e a conduta de alguns. Ele havia sido informado do que se passava na igreja, e com tristeza esperava encontrar esta realidade. Destes, ele menciona: Brigas; Ira; Divisões; Calunias; Fofocas; Arrogância e Desordem. Não é difícil notarmos que há uma relação estrita entre estas atitudes. Das brigas emergem iras, logo há divisões, com os grupos formados, delas partem informações que lhes é cômodo passar, sejam parciais ou acrescidas de inverdades. Então haverá as queixas de calunias. Das informações desencontradas, há os que com avidez se aproveitam e por morbidez sádica, ou motivada por preconceito, sentimentos contraditórios, e objetivos escusos praticam a decrépita, porem vigorosa “arte” da fofoca.







Templo de Apolo em Corinto



Pronto! Agora só nos resta juntar os cacos da desordem instalada, não somente na vida dos envolvidos, como no seio da igreja. Se há arrogância de se ter contribuído consciente ou inconscientemente com o prejuízo moral, pessoal e até mesmo espiritual na vida crista alheia, então diríamos que tal pessoa esta no mais ínfimo nível da maturidade cristã. O agravante neste caso, é que as informações são passadas e aceitas como sendo verídicas sem terem sido questionadas, averiguadas ou caso fosse necessário, confrontadas. A “vitima” por sua vez é acusada (sem investigação), julgada, condenada e sentenciada à revelia. Há execução? Você talvez se pergunte – Eu digo sim! Haverá execução, ela ocorre no recôndito do coração do algoz sedento por sangue inocente e do algoz levado a ser carrasco por acreditar nas palavras de homens descomprometidos com a verdade e a justiça. O ditado mais apropriado a se aplicado ao “infeliz” seria: “Culpado até que se prove o contrario!”.

Que atitudes devem-se tomar diante de informações que comprometem a um determinado irmão? Como cristão e objetivando preservar a paz eclesiástica (igreja) e a boa consciência, devo ignorá-la e se for necessário, com amor advertir o irmão de seu erro, ainda mais, se for um amigo.

Quais os princípios bíblicos que regem os aspectos do convívio social na vida comunitária eclesiástica? Na formação de uma comunidade, ocorrerá o fenômeno psico-social inerente ao agrupamento de pessoas. Ou seja, é impossível que não haja dentro do seio da igreja desentendimento, conflitos, aborrecimentos, injustiças e ofensas motivadas por situações atípicas e inusitadas etc. O que podemos fazer nestas ocasiões? Paulo recomenda: “Quando vocês ficarem irados, não pequem. Apazigúem a sua ira antes que o sol se ponha, e não dêem lugar ao Diabo” (Ef 4.26,27 Fl 4.2,3). O que fazer? Levar o caso á meus amigos e irmãos mais íntimos? Certamente que não! “Se seu irmão pecar contra você, vá e, a sós com ele, mostra-lhes o erro...” (Mt 18.15). Esta sentença do Senhor Jesus é o “calcanhar de Aquiles” de toda e provável conflito eminente e emergente na igreja. Caso não haja uma solução restrita entre o ofensor e ofendido, o contexto trás orientações quanto os procedimentos até que seja levada à questão a igreja. Podemos debelar qualquer divergência e divisão no inicio, antes que ela se torne publica e com isso outros irmãos dela participem com prejuízo a terceiros.

Quando levamos outros irmãos tomarem parte de incidentes, e por fazê-lo divido o grupo, sala, departamento ou igreja, não somente desobedeço ao Senhor Jesus, mas estamos em pecado. “Recomendo-lhes, irmãos, que tomem cuidado com aqueles que causam divisão...”, “a fim de que não haja divisão no corpo, mais, sim, que todos os membros tenham igual cuidado uns pelos outros” (Rm 16.17a; 1Co 12.25).

O que devemos fazer se por ventura tiver construído litígio com um irmão, este, não quiser reconciliação, comunhão ou conversação com o intuito de debelar a ofensa ou o mau entendido? Geralmente somos tentados a tratar o assunto com aqueles que invariavelmente estarão do nosso lado. Dialogamos com os amigos mais chegados, os que tendem ater a mesma opinião e familiares. Em Mateus capítulos 18, o Senhor Jesus novamente nos mostra nos mostra o caminho a trilhar. Ele novamente nos mostra o caminho a trilhar. “Mas se ele não leve consigo mais um ou dois outros, de modo que qualquer acusação seja confirmada pelo depoimento de duas ou três testemunhas” (Mt 18.16). Diante das verdades bíblicas expostas, por que acatarmos estes princípios? Ou viveremos na permanente desobediência destes princípios e valores espirituais que refletem diretamente na paz da igreja. É necessário dizer também que, a quebra de valores e princípios espirituais dentro e fora da comunidade divina trás consigo seus próprios frutos. A quebra destes princípios dentro da igreja de Cristo é a comprovação de que desconhecemos o grande zelo que o Senhor tem por sua noiva (igreja). Ele a quer imaculada, e cada um de nós somos responsáveis por sua pureza os que trazem transtorno, juntamente com os passivos e coniventes, haverão de prestar conta com Deus. E não é no “além”, é em vida mesmo! “Ora, qual é o filho que não é disciplinado por seu pai?... e a disciplina é para todos os filhos” (Hb 12.7b; 8a).

Valmir Alves








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